ergo-me em majestade
de um milenar fogo em que me imolei
e é num templo de mentira sobre a verdade
que afoito, me recriei
para trás ficaram caminhos que percorri
pejado com as fúrias dos meus antigos semblantes
com amargos sorrisos que de novo os senti
no meu corpo decepado aos prazeres dos amantes
mas recriei-me de tudo senhor
para que a minha vontade seja a única lei
parida com recurso a alheia dor
arrancada às almas das quais me alimentei
vi-me anunciado num verbo de eternidade
em todas as profecias que me precederam
castrei-me às hostes da humanidade
ao criar uma lápide onde o meu nome escreveram
e os meus desejos feitos nestas simples alquimias
tremem no periclitante pedestal onde se sustêm
tenho a alma amordaçada em poesias
e é cheio de vazio o amor que elas em segredo contêm
leal maria
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