sábado, 6 de dezembro de 2008

a sombra das palavras

as palavras,
já gastas pelo tempo;
esbatem-se nas sombras do que senti.
e na impossível memória
do sentimento,
folheio em parágrafos
o sonho do qual fugi.

sentado…
à espera não sei bem de quê…
olho o caminho…
nada nele se anuncia!
nem quando…
nem como…
porquê...?
que é feito do desejo
que então em mim havia?

passam e não lhes ligo.
ignoro as promessas de novas verdades.
Incomplacentes;
cruas;
aprisionam-me as saudades…

deixo-me ficar!
expectante
no que já tomei como certo.
paradoxo
em que me deixo enredar;
pelo conforto de um coração deserto.

mas algo se move em mim!
há uma inquietude
que me substancia .
não… não é ainda o fim!
surgir-me-ão novas palavras...
esculpirei nelas mais uma poesia!



leal maria

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