alma…
obstinadamente a procuro
ao devassar corpos
ao exigir a subserviência do olhar
sim, a alma
esse primordial húmos
que promete resgatar-me à putrefacção
que em desespero tento adiar
e as sombras
decifrando-me a morfologia dos sentidos
numa ideal grafia para imperfeitos dialectos
sustêm as ruínas
albergue dos meus amores perdidos
numa anatomia de sob-luz que desejo perfeita e feita de afectos
subtis desejos
vindimo-os no anárquico turbilhão do que sinto
e com eles profano
o total despojamento de anónimos lugares
ínfimos instantes
em que não sei se falo a verdade ou minto
as memórias como refinados vinhos esquecidos em esconsos lagares
tudo em mim converge numa alucinada espiral
para o limiar de uma porta
onde se realiza uma crucificação pagã
dogma a tinta indelével sobre uma linha direita
onde um semi-deus escreveu numa caligrafia torta
inúteis instruções
para a tentação que tenho em comer a maçã
num abraço frio e virgem
a terra acolhe todos os corpos que amei
assim inertes, têm a dinâmica da vertigem
mas não lhes reconheço no rosto a alma que neles invoquei
leal maria
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