cronologia
meus sentidos sob jurisdição da anarquia,
imunes a limites ou fronteiras;
estruturados numa cronologia de fantasia,
recusam deixar-se contaminar pelas coisas verdadeiras.
passado e presente conjugam-se-me agora
na confusa amálgama de uma indefinida percepção.
desejoso em ir-me embora,
a persistente memória retém-me na cruel carícia da sua mão.
de ontem cheguei a hoje,
na natural tentativa de alcançar o amanhã
com todas as responsabilidades que tomei como minhas.
mas consumidas tantas esperanças em projectos de natureza vã,
surge-me o futuro ancorado a significados algo ocultos,
que emergem como ancestrais dialectos de misteriosas ladainhas.
seguirei em frente porque em frente é o caminho possível.
aos obstáculos os derrubarei se persistirem manter-se de pé.
tentarei subir o nível;
alicerçado numa obstinada mas agnóstica fé.
não há como fugir a esta luta.
para ela foi que me muni de todas as máscaras que me talham a fisionomia.
árdua labuta,
onde esgrimo argumentos caducos,
entre os sentidos que hoje há e os que ontem havia.
tudo me aponta para futuro
e o futuro que vejo é-me demasiado perto.
faz-se sobre ele luz, quando o desejava adivinhar no escuro
e encontro-me na contingência de escolher entre o errado e o certo.
escolherei um lado como sempre o fiz.
ou então, talvez tudo esteja já definido.
tento alçar-me em voo, mas prende-me uma inviolável raiz,
umbilical afecto onde me tenho sustido.
leal maria
2 comentários:
Escreves muito mal!!! Por favor, meu... poeta! Lê muito e limpa mais...
João
Estou ainda à espera de um comentário depreciativo que não seja anónimo. LOl
Há que ter esperança...
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