sábado, 12 de dezembro de 2009

exílio

…é assim que de repente,
me vejo exilado nas memórias.
e como quem não sente,
nelas não reconheço as minhas histórias.
 
de onde venho esqueci...
tão pouco sei para onde vou!
estou exilado aqui
e o rosto que me dá forma não mostra o que sou.
 
deixei para trás,
dissolvidas nos lábios que em despedida beijei,
estéreis para os vindouros amanhãs,
as sementes que nesses corpos alheios semeei .
 
acompanha-me uma sensação de orfandade,
gerado num voluntário esquecimento.
prisão feita dessa liberdade,
onde nenhuma ânsia nos faz antecipar o momento.
 
volátil;
limito-me ao fruir dos dias
na mais absoluta lassidão.
Vendo desfilar diante de mim,
as suas horas só aparentemente vazias,
sem que tente segurar-lhes as rédeas na mão.
 
não quero exercer sobre eles qualquer soberania...
prefiro-os assim anárquicos!
a incerteza com o que tem de poesia;
à segurança dos dias estáticos!
 
sou migrante do sentido.
caminhante da sua sinuosa geografia…
à beira do precipício sustido;
entre a saudade do que vai haver e a ânsia do que havia…
 
  
 
 
leal maria

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