putrefactas,
vi as palavras dos profetas jazidas pelo chão...
obscuras actas,
da divina escuridão.
adivinhei-lhes todos os grilhões com que amordaçaram ideias.
ouvi-lhes todos os gritos dos que torturaram em nome da fé.
senti o cheiro a gordura
dos cadáveres que alimentaram as suas candeias;
soube-lhes todas as artimanhas com que derrubaram o Homem em pé.
para quê a suas promessas de eternidade?
que felicidade encerra uma perpétua submissão?
se a isso chamam a comunhão com a divindade;
com orgulho me declaro mortal,
que minha mãe é a terra e meu ventre foi o seu chão.
os deuses que em mim houve, morreram...
definharam consoante me ia clareando o dia.
obtusa negação das razões pelas quais em mim nasceram;
esconjurei-os pela liberdade que em mim nascia.
apátrida de todo o prometido céu,
aliei-me à pureza instintiva do demónio que em mim existe.
com orgulho me assumo réu;
por obstinada recusa em lhes talhar a fisionomia furibunda e triste.
afastei o cálice que me estenderam…
meu sangue e lágrimas não dará ao seu nefasto conteúdo o sabor.
serei aquele que eles para sempre perderam;
dual, alternado entre o ódio e o amor.
nego proselitismo ao seus ministérios.
anárquico, sempre, perante os divinos critérios!
morreram os deuses que me habitaram.
há muito os sepultei.
ao olhar a obra que criaram,
nenhum remorso me subsiste…
com alegria em mim os matei!
leal maria
vi as palavras dos profetas jazidas pelo chão...
obscuras actas,
da divina escuridão.
adivinhei-lhes todos os grilhões com que amordaçaram ideias.
ouvi-lhes todos os gritos dos que torturaram em nome da fé.
senti o cheiro a gordura
dos cadáveres que alimentaram as suas candeias;
soube-lhes todas as artimanhas com que derrubaram o Homem em pé.
para quê a suas promessas de eternidade?
que felicidade encerra uma perpétua submissão?
se a isso chamam a comunhão com a divindade;
com orgulho me declaro mortal,
que minha mãe é a terra e meu ventre foi o seu chão.
os deuses que em mim houve, morreram...
definharam consoante me ia clareando o dia.
obtusa negação das razões pelas quais em mim nasceram;
esconjurei-os pela liberdade que em mim nascia.
apátrida de todo o prometido céu,
aliei-me à pureza instintiva do demónio que em mim existe.
com orgulho me assumo réu;
por obstinada recusa em lhes talhar a fisionomia furibunda e triste.
afastei o cálice que me estenderam…
meu sangue e lágrimas não dará ao seu nefasto conteúdo o sabor.
serei aquele que eles para sempre perderam;
dual, alternado entre o ódio e o amor.
nego proselitismo ao seus ministérios.
anárquico, sempre, perante os divinos critérios!
morreram os deuses que me habitaram.
há muito os sepultei.
ao olhar a obra que criaram,
nenhum remorso me subsiste…
com alegria em mim os matei!
leal maria
4 comentários:
Excelente exorcismo poético e impressionante o léxico austero com que vestistes esta tua genuína confissão!
Nunca me é fácil comentar-te...confesso!
Um beijo
Quanta merda se escreve por aqui. larga a pena, escreves merda, merda!
muito bem conseguido. Genial alias.
Parabens
Ao "anónimo": Bem, adivinha-se muito mais merda em ti! Portanto, a merda que gastaste no teu comentário não te fará falta.
Haveria mais dignidade em ti se não comentasses como anónimo. Assim, fica em evidência a tua frustração.
Merecias que te censura-se, mas não tenho esse hábito! Muito embora ao comentares anonimamente de forma tão idiota, me ilibe de qualquer culpa por tentação censuratória.
Fica bem e trata de fazer a catarse dessas tuas frustrações. E depois serás bem vindo. Inclusive para dizer mal dos meus poemas!
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