tristes são as palavras
quando as habita a vacuidade
escravas de quem nada tem ou sabe dizer
são largadas em anárquica liberdade
destinadas a definhar no limbo das frases sem sentido
onde acabarão por morrer
com o argumento de recusarem todo o espartilho
negligenciam dar-lhes o necessário rumo
que límpido e claro
não lhes ofuscasse o brilho
semear frases é um levantar paredes a fio de prumo
não se corta uma oração a meio
só para lhe dar a forma de poema
como se a poesia fosse um ressequido seio
e nos nutrisse sem a suavidade do fonema
toscos
assanham-se por toda a critica contrária
solícitos a pôr o ferrete da inveja
são pedantes na sua posse de eminência luminária
castram-se de toda a crueza com que se deseja
masturbam a alma em segredo
porque ínfima a substância
há que ter delicadeza
ciosos guardiães de um degredo
vivem para cá dos Homens
contaminados de tanta e tanta pureza
heróicos sobreviventes do aborrecimento
barricados atrás de uma pseudo cultura
vão moendo o mesmo sentimento
na esperança de lhe fazer surgir algo parecido com ternura
deixemo-los comprazidos nos seus rituais onanistas
são agora ubíquos e máximo denominador comum
depois de tantas conquistas
no terreno da liberdade há sempre lugar para mais um
leal maria
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
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