… o limite da imensidão
no eclipsar do tempo
divina ilusão
sepultando a eternidade num momento
ínfimo instante de imortalidade
tragado
no incomensurável bocejar de Deus
ignomínia de um anjo expulso da celestial cidade
que os Homens tomou como seus
é o rugir de todas as fúrias
na sede de um chão de sangue coberto
as palavras tornadas espúrias
na multidão de espíritos em provação no deserto
são esgares de rostos em sofrimento
desmoronados leitos onde lágrimas outrora correram
perdidos num ou outro contratempo
esvaídos dos vãs anseios daqueles que morreram
e continua pungente a batalha
alimentando-se na castração dos corpos aos seus sonhos
embelezada fisionomia de morte que na carne se talha
litúrgico burburinho dos cânticos medonhos
mas sobressai no clamor do guerrear
um choro convulso de uma criança
e entre o golpe que se recebe e o que se quer dar
agarra-se com desespero uma réstia de esperança
põe-se a fé ancorada à multiplicação das vidas
como se não existira desde sempre a ubiquidade da mentira
busca-se por entre ruínas quimeras há muito esquecidas
e de novo regressa a imortalidade quando a razão se retira
leal maria
sábado, 9 de maio de 2009
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2 comentários:
pelo contrário. só tenho a sensibilidade que tenho porque sou comunista.
abraço
continuarei a passar por aqui. curiosamente, parece que finalmente encontrei uma escrita irmã. independentemente dos conteúdos, a construção e a arquitectura, as leis desta poesia, parecem-me irmanadas de facto. espero que não me entendas nestas palavras qualquer sobranceria.
A imortalidade existe em todas as formas do Belo e nas palavras...(tuas)!
Beijo
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