quarta-feira, 1 de abril de 2009

Revolução

olhai companheiros,
como inchados pelas contumazes arrogâncias;
nos dizem, enfáticos, serem os primeiros,
independentemente das circunstâncias!

olhai como desejam as carnes dos nossos filhos!
vede o gosto com que antecipam o chuparem-lhes os ossos!
como sempre o foi, assenhorearam-se dos nossos trilhos...
e os lombos onde o seus mundos se apoiam são os nossos!

aaah… não me digais,
que viver acocorado seja um preço justo!
se tal permitir possuíres carro; casa…
e a ultima tecnologia que acolhestes aos gritos.
sei que com o caos vem o incómodo e o susto;
mas é esse definhar na mansidão,
que vos traz em cuidados e permanentemente aflitos!

há uma altura em que nada muda a não ser com destruição!
há uma altura em que tereis de dizer que vos fartastes!
olhai e vede tão vazio o que era já vazio na vossa mão...
e nem podereis dizer que a peçonha fostes vós que a matastes.

hoje degustam-nos com subtilezas...
ofuscam-nos as suas reais intenções nas entre-linhas.
tão seguros estão nas suas intemporais certezas,
vendo-nos embriagados com o cheiro a mosto das suas vinhas.

sim, eu sei, amigos...
é como dizeis… tento lançar-vos a fúria!
eu profetizo uma justiça redentora pelo castigo.
o que torna toda e qualquer acção espúria;
porque se alimenta do ódio extremo ao inimigo.

mas que vos deu a fraternidade e a concórdia?
tendes apenas o fraco consolo das pequenas vitórias!
amorfos, deixai-los reinar lançando-vos em discórdia;
iludidos com as suas encantatórias histórias.

cerrai os punhos e fazei compactas as fileiras!
entrincheirai-vos na força da vossa vontade!
que as razões da indignação sejam p´ra nós as verdadeiras...
e tomemos de assalto novamente a cidade!

sobre corpos caídos alicerçaremos uma nova ordem;
fertilizando com o seu sangue
os campos onde nascerão os novos amanhãs.
esmagá-los-emos, para que de novo não acordem;
e aos velhos paraísos trincar-lhes-emos todas as maçãs.

será o nascer de um novo mundo!
virginal pureza em tudo o que nele germinar!
o retorno do universo ao seu primeiro segundo...
corpo de uma outra Eva que iremos fornicar...



leal maria

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