terça-feira, 14 de abril de 2009

a mão deserta

que sei eu afinal?
ou melhor: que sabemos nós?
sempre enredados no condicional…
amordaçados… e são tantos os nós!

mas esperamos o quê?
nada! não há um só alento que nos dê!
afinal não chegaste tu nem eu…
e simplesmente nada
foi o que se nos prometeu .

é de vazio que se fazem os nossos dias!
sempre à espera…
o segredo na mensagem subliminar…
e as noites continuando tão frias;
pela a ausência dos corpos
onde nossos sonhos iriam desaguar.

que estranhos dialectos
são estes que entre nós falamos?
que estranhos afectos
em tão grande desespero buscamos?

com a esperança soçobrada à resignação
há um tempo que vai ficando por cumprir.
olha-se aberta a nossa mão
e sabe-mo-la eternamente deserta
porque a que a iria agarrar não chegará a vir

lentamente;
é um capitulo inacabado que se fecha…
o verbo não encontra o seu lugar nesta história.
entrega-se os pontos;
abandona-se o que se deseja…
remetem-se os sonhos
para um canto esquecido da memória…



leal maria

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