tudo agora nos invade
tudo nos impele para o imediato instante
tão para cá da mais óbvia verdade
sempre com a necessidade
de uma tosca retórica que nos levante
a alma foi-nos esquartejada
ao corpo vendemo-lo por dá cá aquele sentir
a quimera foi à força forjada
e o vã motivo no abismo nos fez cair
agora
é tempo de ver voar as pedras da calçada
as fúrias habitando todos os rostos
a insanidade no poema anunciada
os anarcas de sentinela em todos os postos
às aldeias vilas e cidades
alimentá-las-emos com a substancia da poesia
serão o ventre onde germinarão as vontades
e nelas reinará a imprevisível anarquia
vem comigo meu amigo
há muito cantamos todas as canções
chegou o tempo de conseguirmos o que persigo
é tempo de deixar ribombar os trovões
a matilha encontra-se desprevenida
sôfregos
empenham-se em cravar ainda mais os dentes
pouco lhes interessa a vida que é destruída
não querem saber da indignação que sentes
por isso vocifera toda a tua raiva
e rejeita resoluto
todo o dogma onde te querem espartilhar
o velho governar está devoluto
é tempo de o nosso querer reinar
o substantivo o adjectivo e o verbo
serão os pilares desta nossa nova ordem
ninguém de ninguém será servo
nem deixaremos que deste sonho nos acordem
que podem eles se lhes dizer-mos: não!?
que podem eles fazer-nos se de nós somos senhor?!
nosso pai é o singelo e ensanguentado chão
retribuiremos o ódio com ódio e amor com amor
vem comigo amigo
não é novo o tempo que chama por nós
são promessas de justiça que há muito persigo
o sonho e o desejo de que sejamos a sua voz
leal maria
sábado, 18 de abril de 2009
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3 comentários:
Tens uns poemas muito bons!!! Gostei particularmente deste, embora os outros que li tambem sejam muito bons!!
Continua com o bom trabalho!! Abraço"!
Obrigado!! Anarca??
Eu não sou anarquista - sou comunista, mas o poema agrada na mesma. não conhecia o teu blog mas vou tentar apanhá-lo mais vezes.
e no entanto, que outro caminho para a anarquia, senão o do socialismo?
boa poesia!
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