são ancestrais melodias
que me sussurram coisas de saudades
anátemas sobre esquecidas poesias
onde foram sepultadas velhas verdades
escuto-lhes todos os gritos da terra
prenhe de tantos corpos caídos na dor
frutos maduros de uma perpetua guerra
amargas mãos que se amortalharam em suor
rezei a todo aquele que deus se proclamou
foi certo cuidar-lhe dos filhos
mas nesse sonho que em mim perdurou
achei o azimute que me indicou novos trilhos
e vai já longa esta minha jornada
tanto ficou para trás daquilo que eu era
mas entre o horizonte e uma estrada findada
aguardo sempre ansioso uma outra primavera
ainda que me saiba a delicado mosto a morte
fruo as coisas ao sabor dos ventos
há muito desisti de procurar a boa sorte
há muito desisti de decifrar sentimentos
ao chão que é ao chão que eu pertenço
nele fiz do teu ventre a albergaria de minha alma
e o poema que o simples verbo fez tenso
trouxe-me de novo uma obstinada calma
aceito a fatalidade das coisas acontecidas
mas reservo-me o direito de talhar os meus amanhãs
sou todas essas coisas vividas
mas aos vindouros “paraísos” trincar-lhes-ei todas as maçãs
leal maria
sábado, 11 de abril de 2009
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