quarta-feira, 11 de março de 2009

os meus pontos cardiais

Digo eu: Acabou! Acabou! Finito… Finito Est/
Mas no escuro horizonte surge, intenso, aquele brilho/
Marcando-me em pontos cardiais, o trilho/
Indicando-me o Norte e o Sul, o Este e o Oeste/

E, uma vez mais, cedo ao rumo que à minha revelia foi traçado/
Entrego-me! Lanço-me num abismo alucinado/
Caminho para onde me espera a insanidade e a vertigem/
Onde vejo esperarem-me promessas de amor e encantos da doce virgem/

E vou numa fuga em frente, em corrida de pura sorte/
Como se resoluto, procurasse a perdição premente e a morte, a morte/
Vou, sem armadura, desarmado, com as mãos da alma nuas, vazias/
Em prazer desbragado, fazendo danças de luas, em pagãs liturgias/

E vejo que irremediavelmente te pertenço e me tens por inteiro/
Onde o teu olhar triste me põe tenso, por julgar ver-lhe um amar verdadeiro/
Um amar em sintonia com o meu e feito de embaraço/
Onde me tortura este meu muito querer, de te cingir num forte abraço/

Mas que me serve este bárbaro desejo/
Se és permanente saudade em mim e tenho a ausência do teu beijo/




leal maria

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