e há o silêncio… ensurdecedor…
habitando com o vazio,
tudo o que em nós agora são espaços.
e no teu olhar vejo ainda algum do amor,
que julguei à pouco ,
ter diluído em beijos e abraços.
mas do que hoje em ti procuro, nada vejo…
nada me ficou nestas mãos que te descobriram!
apenas um dolente e amansado desejo;
já vassalo dos sonhos que morreram ou partiram.
no fundo,
mantêm-se as mesmas incertezas!
o caminho anuncia-se enviesado…
em vão foi
que soltamos as nossas primitivas naturezas.
muito melhor era que guarda-se-mos do suor, o sal;
para as lágrimas do que poderá vir a ser chorado.
sinto transbordar-me de coisa nenhuma…
e esse nada é o que há de mais profundo em mim…
um dialecto que faz com que eu assuma,
uma gramática moribunda, que se aproxima do fim.
ouço-me num discurso desprovido de substantivos …
recorro, amiúde, a toscos adjectivos…
não! de ti, hoje, nada mais quero!
nada tenho para permutar contigo!
deixemos assim disfarçado o desespero…
tornar inócuas todas as palavras que te digo.
bem sei que mereces que por ti eu vele.
mas que queres… achaste-me andava eu já tão perdido…
e a memória do sabor aveludado do toque da tua pele,
não me revela se sou o vencedor ou o vencido.
nem isso, na realidade, me importa!
a mão que me estenderes,
encontrará sempre repouso na minha.
não tens culpa de eu navegar um barco que a nenhum cais aporta;
serei sempre uma sombra que a teu lado caminha.
tornemos então a dar-nos um ao outro como antes!
entrarei de novo em ti usando a porta do teu sexo!
e os instintos nos embrenharão na loucura dos instantes;
onde as palavras murmuradas sem sentido têm sempre nexo…
leal maria
sábado, 21 de fevereiro de 2009
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