domingo, 8 de fevereiro de 2009

...

vem… chega-ta aqui e vê!
olha o céu… vê-lhe os anjos a cair!
mas não me questiones o porquê,
da lágrima no canto do olho, quando para ti sorrir.

vem!
chega-te a mim de mansinho…
tem cuidado!
não me magoe essa tua ternura no olhar…
que o sentir talvez passe muito devagarinho;
e eu não tenha que te vir a sonhar.

alto!
deixa-te aí estar por um momento!
que eu quero assim ver-te;
corpo encarnado do sentimento…
quimera de um esconso deus, criado somente para querer-te.

vem de novo… caminha para mim!
mas encerra nos silêncios,
quaisquer palavra que tenhas para me dizer.
que eu já cheguei a um fim;
e se dou outro passo, espera-me o precipício;
e o peso de tantos sonhos me fará perecer…

mas… afinal, já aqui estás!
esconde pelo menos, no lábio, esse teu anárquico beijo!
aconcheguei-me nessa ilusão que me dás…
tentemos mitigar-lhe a intensidade do desejo.

nada de promessas!
saboreemos simplesmente, este intervalo que se deu à realidade.
que um tempo sem pressas,
nunca é suficiente para nos subtrair ao que será saudade.

deixa a minha mão agarrar a tua.
deixa que lhe sinta os segredos no seu toque de suavidade.
despe-te de todos os medos e vem-me de alma mais nua;
para que sejas minha nesta irreal e breve eternidade!

não… não olhes para o que atrás ficou!
concentra-te na fundamental razão pela qual vieste…
encontra no mais profundo de ti todo o sonho que te sonhou;
para que não te surpreenda o quanto ele pode ser agreste.

deixemo-nos por agora estar assim…
irmanados na duvida de qual será o próximo passo.
ao caminho ainda não lhe vislumbro o fim…
e eu quero a doce mortalha do teu abraço!

vem!
chega-te ao pé de mim e sente-me etérea, a perdição.
vê mais ainda, para lá do simples pormenor…
e dá-me, por favor, de volta isso que afagas na tua mão;
devolve-me o que sobrar desse meu amor…





leal maria

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