quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

...

que gritos perante os silêncios nos soçobraram?
que gesto ao nascer nos morreu na mão?
que desejos do corpo nos definharam,
espalhando-nos uma alma exangue pelo chão?

que sussurro desejamos que do sonho nos acorde?
que afago nos acariciará o amor ardente?
a palavra vem e é com violência que nos morde;
semeando-nos abismos que nos impelem a dar o passo em frente

gozamos o sol e regozijamo-nos com a boa sorte…
a vida é-nos fiel e sorri-nos com bonomia.
mas nem sempre encontramos um cais onde a nossa barca aporte.
nem sempre um canto se substancia de uma bela poesia.

por um sonho,
quantas vezes é que não fomos e nos deixamos ficar?
quais foram os feitos que nos mereceram um tributo de suor?
eram secretos os mundos que te habitavam o olhar;
e indecifráveis, as coordenadas onde lhes encerrastes o amor…


leal maria

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