caminhei ao acaso
por entre o absurdo que é isto de sentir;
e estudado que foi o meu passo,
não me evitou de em ti tropeçar e cair.
e as sombras, predominando sobre mim;
puseram-me à margem da tua claridade.
reclamei o princípio de um esperado fim,
exigi o meu quinhão de matizada saudade...
mas saudade … tenho eu de sobejo!
matizada de coisa nenhuma…
um gesto teu; um sorriso e o sonho de um beijo…
…efémera onda, num mar de branca espuma!
que importa o etéreo suspiro,
que outrora pensei em ti ouvir?
que importa seres-me como o ar que respiro,
se o tempo me sepulta na vida que vejo em ti surgir?!
estou já para lá da tua gramática…
falo-te num linguajar arcaico e obtuso.
e a minha mão, parada; estática…
desenha no vazio a tua geografia que eu esquecer recuso.
tudo agora em mim se cinge
a uma espera sem nada esperar.
e numa posse em que tudo se finge,
até me convenço que deixei de te amar…
mas o teu olhar… ai esse teu olhar…
revela em mim o esplendor de toda a tua beleza.
essa beleza sem nenhum altar...
pueril graça da natureza!
mas que importa o etéreo suspiro,
que outrora pensei em ti ouvir?
que importa seres-me como o ar que respiro,
se o tempo me sepulta na vida que vejo em ti surgir?!
estamos os dois em lados opostos do universo
tu és a sua renovada face e eu o seu reverso…
leal maria
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
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