terça-feira, 23 de dezembro de 2008

...

a noite acomoda-se na mansidão…
apenas lhe dá corpo um frio agreste.
e eu, amortalhado na sua escuridão,
penso em ti…
sob o lúgubre velar de um cipreste.

indiferente ao que no meu coração se sente,
o mundo,
vai-se alimentando dos nocturnos e ténues ruídos
que o anunciam cheio de vida...
mas há em mim, algo que presente,
que tudo são ferozes rugidos
antes de os silêncios
emprenharem a minha alma perdida.

e um límpido céu, pontilhado de estrelas,
fazendo jus à beleza da cósmica imensidão;
esmaga-me,
na luminosidade dessa miríade de velas…
é então que somente sinto,
o que foi um gentil toque da tua mão…
e o mundo, esse, mantém-se indiferente ao sentir do meu coração!

a noite, como um frágil paraíso aberto,
ao ver-me assim… vulnerável…
de sonhos tão deserto…
manda-me seguir em frente,
que é mais que tempo,
de dar fim ao que em mim há muito se sente.

obedeço e vou…
é tempo de deixar descansar o que na memória me ficou!



leal maria

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