agora aqui chegados,
que fazer-mos então?
para trás, ficaram corpos derrubados;
frios; tatuando um infértil chão.
olho e vejo tantas mãos estendidas
e adivinho-lhes no tremer
a natureza das causas perdidas
diluídas num tempo que estamos a perder
almas nossas, que insaciadas,
encontram numa frase de despedida;
a esperança já tão arrastada,
pelos íngremes sentidos que é a vida…
não sei agora qual o nosso lugar!
que coordenada somos para quem espera?
há muito perdemos a inocência no olhar…
e pouco podemos valer a quem desespera!
mas aqui chegados, que fazer-mos então?
damos então tudo por acabado,
ou semeamos outras ilusões no coração?
o horizonte que hoje vislumbramos,
é o mesmo que no passado se vislumbrou.
e ao aqui chegarmos,
parece que ele ainda mais se afastou.
de que vale sentarmo-nos
e esperar que venham ter connosco as coisas do mundo?
a espera não faz mais que devorarmo-nos,
e sempre se vive no ir às coisas e ao seu profundo.
esqueça-mos as retóricas que nos venderam!
são meros ornatos tingidos a sangue vermelho.
mais não fizeram do que asfaltar os caminhos com os que pereceram;
porque vorazes, têm horror a que se morra de velho.
cerquemos esses cães de dentes arreganhados!
não nos iludamos com a sua ferocidade…
nas suas patranhas serão desmascarados;
e então prevalecerá a nossa verdade!
chegados então aqui, que fazer-mos então?
couraça com o contraditório as tuas ideias;
cinge um gládio de bom aço na tua mão.
que a palavra será o azeite das nossas candeias;
e o futuro será perseguido até cair-mos pelo chão…
leal maria
domingo, 14 de dezembro de 2008
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