puro dialecto da arte
exprimido
no vocabulário dos corpos entre o desespero e a esperança
o todo e a parte
no parte e reparte
da fluída brusquidão dos movimentos
grandiosos como o sonho do Homem vir habitar Marte
ou estabilizar as voláteis fronteiras dos anárquicos sentimentos
o ir e o vir
em elipses tendentes à espiral
o corpo o suor e o sal
na pornográfica coreografia do sentir
ao ritmo da conquista do vazio
subtis nuances oscilando o quente e o frio
âmago do aparente sem nexo
promiscuidades consentidas
amor e ódio em prelúdios de sexo
rituais para os quais se faz pender todas as vidas
choro e riso na mesma fisionomia
grafia feita com a animalidade da humana anatomia
palco metafórico de tudo
megalomania de ser-se denominador comum do universo
sensuais caracteres de um idioma mudo
derrubando fronteiras entre a prosa e o verso
orgíacos labirintos
explorado nos gestos cifrados do tronco pernas e braços
rostos rasgados por esgares de pretensiosos segredos
etérea e insuspeita leveza em firmes passos
esconjuro de todos os medos
orbita alucinada dos desejos
falso narcótico das mais intensas paixões
mãos que raptam aos lábios os beijos
e cobrem a nua carne de puras emoções
dialéctica do efémero com a eternidade
da vida com a morte
alicerce oscilante da saudade
de quem faz dos quatro pontos cardiais o seu Norte
leal maria
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