domingo, 1 de janeiro de 2012

Lá ao longe, a indefinida linha do horizonte.

espaço aberto
um  futuro de somente duas ou três possibilidades
para trás  
um passado milhentas vezes reinventado
e a esperança
persistindo em ver p´ra lá do deserto
ainda que contaminada pelas saudades
parece obedecer a um plano previamente talhado 

é o ignóbil deus chamado acasos
corrompido pela vontade do Homem
calcorreia-se o caminho pela marca d´outros passos
que os dias passados não escondem

segue-se em frente por forças das circunstâncias
olha-se o céu à espera de nele ver o sol refulgente
as necessárias transumânsias
à revelia do que mais profundamente se sente

ficam os lugares a que outrora chamamos nossos
e de nada nos vale reivindicar a sua posse
em pó transformar-se-ão como os nossos ossos
enquanto o diabo esfrega um olho e o deus da maiúscula tosse  

é à palavra que em desespero  nos agarramos
azimute mutável pela subjectividade semântica
carne amarga onde o dente ferramos
já tão adulterada por dela termos uma ideia romântica


leal maria

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