quarta-feira, 25 de agosto de 2010

liberdade de escolha

caminhai…
segui esse rumo, se assim melhor vos aprouver.
eu, vai não vai,
algum caminho hei-de também escolher.

por enquanto, escolho aqui ficar.
agrada-me este vazio de promessas.
nada esperar:
fruir de vida sem ansiedades ou pressas.

esta é a minha imediata revolução:
ver-vos ir sem que me tente o horizonte que perseguis.
esvaziarei de todo o adeus a minha mão;
e aqui, senhor na minha vontade, serei feliz.

talvez, quem sabe,
ainda venha a escolher um caminho ao vosso oposto.
pode ser que ainda acabe,
por encontrar um outro lugar,onde eterna a liberdade e sempre Agosto.

sim; é isso o que afinal procuro.
não me tentam riquezas ou glória:
conquanto haja a possibilidade de sonhar um futuro,
onde a luz seja perene testemunha da história.

guerreiro…
de uma maneira ou de outra é forçoso ser-se sempre guerreiro.
mesmo em batalhas a sonhar, o sangue colore a morte.
marinheiro...
navegar à bolina, contrariando o vento-norte.

do que encontrei,
nada definitivamente me moldou... nada me serviu.
mas não sou já a mesma matéria.
lodo… talvez o mesmo lodo que originalmente se viu;
só que agora atrás de uma mascara mais séria.

assim tem que ser!
somos sempre mais que a imagem que projectamos:
complexos universos num constante morrer e renascer,
contaminados à priori por aquilo que desejamos.

luta-se…
nunca o soçobro seja perante o medo.
caído em desgraça ou alçado vitorioso,
sejam os temores meu maior segredo.

segredo que de mim mesmo guardarei...
faça minha vontade a escolha.
única lei...
em meu olhar, por ela,
a mesma reverência do devoto que o seu poderoso deus olha.





leal maria

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