quinta-feira, 30 de julho de 2009

a natureza das coisas

por certo será essa a natureza das coisas
a bem dizer, não te sei dizer o que é
talvez a suavidade do beijo que em mim poisas
mas há muito perdi a fé
nada do que sinto é alheio à carne que me faz
e nem aqui, entre os teus braços, sinto paz

tudo fica por dizer quando prevalecem os gemidos
e o sentidos do corpo nos rasga as entranhas
mas desaparece o tesão
e são outros os horizontes prometidos
anseiam-se geografias que nos são estranhas

no entanto, sei-te aqui
e por mais que as voltas do acaso joguem contra nós
tu sabes que serei sempre por ti
mas olhamo-nos e não podemos evitar de nos sentirmos sós

tudo nos impele à partida e ao adeus
ainda que saibamos que nos sobreviverá a memória
de novo senhora dos sonhos que outrora fizestes meus
cinges no olhar a desilusão de uma folha em branco
a quem prometeram uma história

conversas ao luar e um ramo de flores
foram estes simples lirismos os que ansiamos
mas nos ímpetos do corpo deglutimos todos os amores
em demanda das quimeras com que em vão nos cercamos

foram sempre enviesadas as nossas liturgias
e aos paraísos talhamo-los na pedra mais dura
esconsos deuses ávidos de poesias
deciframos mal as subtilezas da ternura


leal maria

1 comentário:

Anónimo disse...

"Sua" poética é muito "igual" a Fernando Pessoa... Veja não encare como uma critica porque não sou critica literária... Apenas lendo "Leal Maria" lembrei-me do grande Mestre... Ai pergunto... Será que Luis Leal não poderia ser "Ele Mesmo" sem ter que se igualar a "outras pessoas"? Veja não leve a mal a minha humilde observação à sua esrita, não é anda pessoal... É que "alguns portugueses" infelizmente sofrem desta "sindrome pessonhenta"... Afeeee