no lento esboroar-me pelo sonho
persistem feéricas luzes
diluídas em tanta incerteza
e a profecia de um deus medonho
que outrora teimou em ungir-me a cabeça
mas há qualquer coisa de desespero
nesta minha impaciência para com o fluir dos dias
inexistente a cidade que realmente quero
adultero-me em outras geografias
e o mais das vezes, muito amiúde
percorro a exacta distância
que vai do egoísmo à virtude
num deslumbre de cores e circunstância
embriagando-me em desejos de plenitude
mas já perdi todas as razões
meus argumentos há muito caducaram
cansado de remar contra as multidões
acomodo-me às quimeras que outros acharam
entre a esperança e a desilusão
resta-me a etérea substancia do vazio
naquele país do perfeito verão
deixo o sonho da ideal cidade preso por um fio
leal maria
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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