sábado, 25 de abril de 2009

desvanecer

no fundo, tudo será a poeira
dos dias que atrás dos dias irão ficar.
o eterno girar do mundo,
indiferente ao meu sonhar.

somente o vazio me sobreviverá.
uma história,
contada em gestos ensaiados, olhares…
nada perdurará
para além da efémera substancia da memoria.

nada valeu
o sentir do que se fez nascer.
esta solidão é um mundo muito meu
nele vou definhando,
num lento, mas inexorável desvanecer.

restam-me somente imagens,
distorcidas pela saudade.
persistir, sem um norte definido, nas minhas viagens.
estremecer com a dissimulação da verdade.

bárbaros tempos estes…
pesam-me sobremaneira nos ombros.
esperava-te e não viestes…
tento agora emergir dos escombros.

como se diz um adeus que se não deseja,
e se vai deixando para trás
a parte maior de nós?
amarga todo o lábio que me beija…
é amordaçada em silêncios que tenho a voz.


leal maria

2 comentários:

Anónimo disse...

:) ficou com má qualidade porque a minha máquina agora está com um problema e eu tirei com uma que não é grande coisa :\

Ora, não digas que és um fingidor, pois aposto que são mais as vezes em que te deixas dar do que aquelas em que te escondes!

É engraçado o que disseste sobre "dar-me" porque, tantas vezes acontece que mostro um desenho e ,no tempo que se segue ,sinto-me sempre um pouco angustiada, é uma sensação que não sei explicar.. Fico agitada e depois lá me vou acalmando...

Mas a verdade é que, na maioria das vezes, não sabemos onde devemos pôr o travão...para bem nosso e dos outros.

Obrigada pelas palavras e apoio :)

Quanto a este poema...firmo o que disse ali em cima: não me digas que és um fingidor

;)
Qualquer dia, começo eu a inspirar-me nos teus poemas :))

Anónimo disse...

:\ mas que tontice! ter-me perdido?
eu retirei o desenho do pássaro porque pareceu-me que estava a pôr demasiadas coisas . Mas se calhar ponho agora :D

Eu não acho que sejas um fingidor...na poesia existe o sujeito poético que, não tem necessariamente de ser o próprio autor dos poemas. Acontece serem coisas distintas e muitas vezes serem uma só. Isso nunca fará de ti um fingidor:) E mesmo assim és sempre tu, as palavras que saíram daí de dentro. E é um refúgio poder encarnar tais sujeitos:).