sábado, 14 de fevereiro de 2009

...

vem o mundo
e reclama-me um abraço,
alega que lhe tirei um bom pedaço…
mas eu lhe digo não!

e então sussurra-me canções ao ouvido,
num estranho dialecto;
e afaga-me a mão,
lembrando-me o sentimento já sentido,
tentando-me iludir com um efémero afecto…

mas eu recuso o que me quer dar!
reteso-me numa dureza de aço!
sobreponho-lhe a triste canção que me anda a habitar;
e são obscenos gestos de guerra os que lhe faço.

aaah!! que quereis obtusos palradores?
que vos motiva a atormentarem-me?
deixai-me ser livre de todos os amores…
afinal nunca implorei para amarem-me!

quero a liberdade!
quero o incerto…
porque descobri que a eternidade ,
não anda pelo meu acerto.
e também não escapa à prisão da idade.

que juras são essas que dizeis eternas?
porque desperdiçar tantos sonhos, projectando-os no futuro?
para quê o uso de palavras tão ternas,
se o tempo é um intransponível muro?!


tudo se me afigura tão escuro…
anseio a penumbra cambiante na sua tremura;
porque nada é mais duro,
que um desejo a morrer por falta de ternura.

deixai-me em paz!
deixai-me com esta ausência que a noite me traz!
meu corpo está a dormir…
e à minha alma não lhe sei o paradeiro…
ficou de vir…


leal maria

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