domingo, 2 de novembro de 2008

...

a vontade amordaçada na minha mão
esperando a justa razão
que me fará levantar deste chão
quando a fúria não for em vão

neste chão em que me deito
com o desejo ardendo dentro de mim
libertar-se-me-á o grito dentro do peito
onde principiará o esperado fim

e tu, já no desespero pela longa espera
com o olhar definhando de tão vazio
nos escombros, tentas vislumbrar a nova era
dos renovados tempos que eu te anuncio

mas espera um pouco mais
ainda não é chegada a hora
só mais uns quantos lamentos e “ais”
para que possamos ir embora

caminharemos unidos
numa improvável irmandade
com os lábios cerrados na força do desejo
seremos o vento que passa
vergando tudo à sua vontade
e a destruição será o nosso apaixonado beijo

numa imposição, como as outras tão injusta
a novos dogmas farei ver a luz do dia
numa prepotência que em mim é tão vetusta
tudo será conforme a minha filosofia

seja feita a minha injusta vontade
assim na terra como na tua alma
tempos haverá
em que dos pretéritos tempos terás saudade
porque trarei a tempestade à tua mareação calma




leal maria

Sem comentários: