eis-me de regresso aos dias amansados!
no cair do pano, dou por findo todos os actos.
e os meus sonhos, de tão cansados;
subordinam-me a fantasia aos factos.
olho os que de mim para trás deixei;
enredados em complexas dramaturgias.
já moribundos nas personagens que representei;
fermentados num choro sem lágrimas desses violentos dias…
não sei se algo há que comigo ficou…
ou algo que de mim fugiu e se perdeu.
ao procurar-me, nada em mim se achou;
e o amor, se o houve, definhou e morreu!
fica-me somente a memória dos aplausos que julguei ouvir;
quando um brilho no olhar e um anuncio de um sorriso me bastavam.
um entrar de cena num corrupio de ir e vir;
numa sucessão de actos que a si próprios se devoravam.
e na loucura dessa suprema representação;
sobressaltado ao descobrir-me um incompetente actor;
vislumbrei uma saída na busca da razão;
abraçando o nada onde se faz ausente toda a dor.
eis-me de regresso!!
no meu palco; somente os murmúrios das salas vazias…
e numa quietude de quem se acha em solo sagrado;
busco epístolas para os sonhos de outras liturgias…
luis leal
sábado, 25 de outubro de 2008
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