sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tão delicado é o traço, com que se desenham os sonhos



pela delicadeza adivinhada,
na firme mestria do teu traço;
foste suave melodia, quando te disse por mim amada
e me era tão urgente o teu abraço.

dias imperfeitos se tornaram puros,
porque de ti tive conhecimento.
tuas palavras iluminaram-me os dias escuros,
ainda que, fátuo o fogo, fosse tão breve o momento.

agora és-me somente uma saudade,
que tudo invade...
orgia de cores em abruptos cambiantes,
de tudo se assenhorando despudoradamente.
paraíso perfeito para Homens e deuses serem amantes…
vã liturgia… sou já um sol poente!

escureço lentamente
numa Intencional transumância,
em que regresso às monótonas planícies do anonimato e escuridão.

amordaço neste desterro, o desejo latente,
onde buscava ainda, a feliz circunstancia,
de poder explorar geografia de montanhas nos sulcos das linhas de vida da tua mão.

adeus meu amor…
adeus ritmo maior da minha emoção.
foi talvez, demasiado simples o pormenor:
ser tão etérea a ilusão.

como podia ser meu teu coração!?





leal maria

1 comentário:

utopia das palavras disse...

"pela delicadeza adivinhada,
na firme mestria do teu traço;
foste suave melodia, quando te disse por mim amada
e me era tão urgente o teu abraço"

Para mim, isto é mestria, é elevar a palavra à sua mais sublime aura poética!

Fico recorrentemente emocionada com a tua escrita!Obrigada!