sábado, 25 de outubro de 2008

tu aí... tão só

tu aí… tão só,
nessa tua esfíngica suavidade,
de tudo alheada…
recolhida numa qualquer saudade.

o teu olhar…
vejo-me e desejo-me para o ler.
fala um dialecto antigo,
e para tanto não me chega o saber.

nos lábios,
adivinho-te uma canção
flutuando em emergentes ternuras.
suspensa na tua mão,
uma carícia aprisionada na espera em que a seguras.

pergunto-me:
que caminho seguirás tu?
que luz é essa,
que permanentemente te acompanha?
vislumbro um sentimento nu,
no silêncio em que a tua palavra se amanha.

quem te esperará,
no fim desse trilho que agora segues?
quanto tempo se sonhará,
esse sonho que agora persegues?

ali mesmo,
no virar da esquina do tempo maior;
está o destino de emboscada,
substanciado no ínfimo pormenor.

entrelinhas de subtilezas,
em que refinar-se-ão os teus dias.
lugar de todas as tuas incertezas,
onde escrever-se-ão ainda muitas poesias…



leal maria

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