quinta-feira, 2 de outubro de 2008

gramática da ausência

foste-te embora
deixaste aberta a porta por onde saíste.
um gélido vento trespassa-me,
ao entrar pela porta,
que quando para mim vieste, abriste.

na morada em que me habitaste,
espero-te;
porque afinal, nenhuma porta tu fechaste.
só a marca dos teus passos,
me indicam a direcção da tua ausência
e falta-me os teus abraços..
treme-me o corpo com violência.

mas não venhas.
não regresses ao lugar onde nunca estiveste.
são apenas as minhas poesias prenhas,
do um amor que nunca me deste.

poeiras da minha memória,
depositando-se nos espaços vazios de ti.
ocupando-me a falta que me fazes,
numa adulterada gramática do que senti.



leal maria

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